
Armazenamento por baterias no Brasil: crescimento explosivo e desafios até 2027
Uma revolução silenciosa está em curso no setor energético brasileiro: os sistemas de armazenamento por baterias (BESS) devem registrar um crescimento superior a 1.700% até 2027. A capacidade instalada no Brasil, que atualmente gira em torno de 685 MWh, pode alcançar 12.536 MWh em apenas dois anos.
Esse salto é impulsionado por uma matriz energética cada vez mais dominada por fontes renováveis — hidrelétrica, solar e eólica — que demandam soluções de armazenamento para garantir estabilidade e flexibilidade na rede.
A Engemon Energy, empresa referência no setor, já implementou mais de 50 MWh em sistemas BESS e projeta ultrapassar 130 MWh até o fim de 2025, atendendo demandas críticas como hospitais, frigoríficos e centros logísticos. A adoção desses sistemas traz benefícios como redução do uso de geradores a diesel, menor emissão de CO₂ e otimização dos recursos hídricos.
Por outro lado, o Brasil enfrenta barreiras como custos financeiros elevados — com investidores pagando até 79% do valor total em impostos — e a ausência de um marco regulatório claro para o setor. O setor insiste na urgência de um leilão de reserva de capacidade para baterias, esperado para 2025, mas possivelmente adiado para 2026 devido a imbróglios legais em leilões de térmicas.
A indústria argumenta que sistemas BESS oferecem custo total até três vezes menor que térmicas nas operações de reserva de potência, especialmente nos horários críticos de “rampa de carga” do final do dia. A expectativa é que esse leilão permita contratar cerca de 8 GWh ou 2 GW até 2029, fomentando investimentos e consolidando uma cadeia de produção local .
Além da regulação, o Brasil precisa superar limitações técnicas, como infraestrutura de rede inadequada e pouca capacidade técnica para atender à crescente demanda por projetos complexos de energia.
Apesar dos desafios, o panorama é promissor: com a queda nos custos das baterias, incentivos regulatórios e avanços tecnológicos, o Brasil tem potencial para se tornar protagonista no uso do armazenamento energético como ferramenta estratégica na transição energética sustentável
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